Rotogravura

Rotogravura

A rotogravura, descendente do processo de calcografia, é um sistema de impressão voltado ao mercado editorial e de embalagens flexíveis e cartonadas, que utiliza um cilindro encavográfico (baixo relevo) e tinta liquida de rápida secagem.

O cilindro, responsável por transferir o grafismo para o substrato, fica dentro do tinteiro e recolhe a tinta que penetra nos alvéolos. Depois a racle, uma lâmina de aço, retira o excesso de tinta permitindo a impressão. As máquinas de rotogravura possuem alta velocidade e por isso são utilizadas para materiais que necessitam de agilidade de produção e altas tiragens.

A matriz de rotogravura é construída para ser colocada na máquina. O cilindro possui um eixo de ferro ou aço podendo ser oco ou maciço dependendo do tamanho.

São realizadas várias deposições de metais por meio da galvanoplastia, que é a deposição de metal através de eletrólise em superfície previamente preparada. No caso da rotogravura, a galvanoplastia é realizada com um banho que contém substâncias químicas do metal a ser depositado e a aplicação de uma corrente elétrica no cilindro. Os elementos possuem polarização inversa promovendo a deposição.

O primeiro banho de deposição é de níquel que servirá de liga, porque o cobre, que é o próximo metal a ser depositado, não adere ao aço.

O próximo banho é de cobre que será realizado em duas etapas. A primeira será do cobre base que resultará no diâmetro do cilindro. O cobre base tem espessura aproximada de 1mm.

Após essa deposição é realizada a aplicação de um produto separador e começa a deposição do segundo banho de cobre que formará a camisa e que receberá a gravação do grafismo em baixo relevo. O cobre camisa tem espessura em torno de 200 micrômetros.

Um polimento deve ser aplicado nessa fase do processo. A usinagem por meio de ponta de diamante ou videa determina o paralelismo do cilindro. A retífica, por sua vez, utiliza rebolos (lixas) que retiram as imperfeições resultantes da usinagem.

A gravação pode ser convencional, por meio de exposição luminosa, uso de fotolito e gravação com produtos químicos corrosivos ou gravação com feixes de laser ou ainda eletromecânica, mais comum no mercado. Neste processo um cabeçote com 3 pontas de diamante faz a perfuração dos alvéolos no cobre camisa recebendo informações de um RIP (Raster Image Processor) que codifica o grafismo em impulsos elétricos acionando o movimento do cabeçote.

Na rotogravura as angulações de retículas são diferentes dos demais sistemas de impressão. Nenhuma cor pode ficar em 90 graus devido ao atrito da racle sobre as paredes dos alvéolos no cilindro. Portanto as angulações respeitam a diferença de 30 graus, posicionando-se entre 30 e 60 graus.

A angulação das cores são determinadas pela velocidade da gravação do cilindro. Como a ponta de diamante é contundente, a velocidade altera a posição do ponto. A marcação é dada pelo ponto central do alvéolo.

O último banho é de cromo que aumenta a durabilidade e a resistência do cilindro ao atrito da racle durante o processo de impressão.

As tintas de rotogravura são líquidas a base de solvente na maioria das vezes acetato de etila e álcool etílico. A secagem, muito rápida, é por volatização, ou seja, evaporação do solvente, o que possibilita alta velocidade no momento da impressão.

As máquinas de rotogravura são sempre rotativas (alimentadas por bobinas) em formato de torres e possuem grande velocidade de impressão, em torno de 200 a 500 giros por hora, voltado para grandes tiragens.

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